Há actos que, porque oriundos das entranhas, não são passíveis de interpretações primárias. Não é suposto. Tal como não é suposto aferir-se da complexidade e dos medos de cada um assim sem mais nem menos e depois fazer-se de conta que nada daquilo aconteceu. As pessoas não podem andar para aí a desconstruir o mundo dos outros para logo de seguida fazerem de conta que nada daquilo teve importância. Não podem. Não podem entrar e sair quando lhes apetece, só porque sim, só porque o dia não lhes correu de feição, só porque hoje sabia-me bem. Não podem matar os outros com omissões desconcertantes e assumir que não têm a menor responsabilidade no estado de enfermidade alheia. Nestas coisas não há meios-termos. Não pode haver. Qualquer diagnóstico reservado requer sempre medidas extremas. Aspirinas, aspirinas, tomo eu de quando em vez e se queres que te diga, olha nem bem nem mal.