03/06/2010

Tengo miedo de las noches que pobladas de recuerdos encadenan mi soñar.

Quando penso que já arrumei velhas questões na gaveta do arquivo, eis que, durante a noite, volto a ser usurpada por aparições cujas feições e cheiro conheço de cor. Não é leal nem tão pouco correcto que coisas destas nos aconteçam precisamente durante a única altura do dia em que estamos completamente desprevenidos. Há visitas que, em nome do esforço hediondo que um dia tivemos que fazer, não deveriam ser permitidas durante o sono. Porque não é leal, volto a dizer. Era suposto ter seguido em frente. Era suposto que as decisões mais difíceis, porque as mais correctas, me devolvessem o sentido de orientação entretanto perdido. Em vez disso, continuo a ter os sonhos povoados de recordações cujo cheiro e feições sei de cor.